sexta-feira, 6 de março de 2009

PERSONAGEM # 14: TOTONHO DA ROSINHA

Saudações! este blog é uma introdução ao Maravilhoso Mundo Jorgeamadiano dos Mistérios da Bahia de Todos os Santos e do Pai de Santo Jubiabá, por meio de seus personagens. Vou publicar semanalmente, ou mais amiúde até, FICHAS DOS PERSONAGENS principais dessa saga. Até o Urso vai entrar. Mas tem muito personagem antes dele pra mostrar...

Décima quarta ficha: (clique na imagem para ampliar)


NOME: Totonho da Rosinha.
QUEM É? troglodita que enfrenta Baldo na sua breve fase de lutador no Grande Circo Internacional.
TRAÇOS FÍSICOS: Um "camponês gigantesco". "Um gigante, aquele camponês de alpercatas e de bordão" (J.A.).
PERSONALIDADE: Apesar de se considerar vitorioso antes da luta começar, é modesto e desconfiado como os sertanejos.
HABILIDADES: "Na roça ele derribava árvores com poucas machadadas e carregava troncos enormes através de enormes distâncias".
PONTO FRACO: Só tem força bruta, não sabe socar.

Quando Euclides da Cunha escreveu que "o sertanejo é antes de tudo um forte", ele tinha em mente o cabra rijo mas franzino, que tem justamente a resistência dos caprinos - não esse Hércules baiano imaginado por Jorge Amado.
É um páreo duro para Baldo esse adversário que Luigi arranjou.
Baldo é boxeador e capoeirista, mais malandro que Totonho. Se fosse só um duelo de força Totonho ganhava fácil, pois no primeiro instante levou um soco de Baldo no queixo e nem sentiu, e em seguida levantou o negro no alto e jogou no chão com violência.

O crítico Octávio Tarquínio de Souza cismou com o termo "camponês" usado por Jorge Amado:

"quando trata dos nossos trabalhadores rurais, dos homens do interior, dos caipiras, matutos ou roceiros, diz enfaticamente 'camponês'. Ora, 'camponês' no Brasil é uma literatura, má literatura; é tradução, é reflexo de leituras de cartazes de propaganda comunista. Na roça, no interior do Brasil, de norte a sul, ninguém diz 'camponês'. Vá o romancista de Jubiabá chamar 'camponês' aos caboclos ou aos negros de enxada, e verá o ar desconfiado com que acolherão." (Jorge Amado, 30 anos de literatura, Livraria Martins Editora, São Paulo 1961).

É verdade. No Brasil tem matuto, cabra, sertanejo, caipira, caboclo... "Camponês" é cacoete da militância política de Jorge Amado naqueles tempos.

Mas ao desenhar esse "camponês" que deveria ser maior e mais forte do que Baldo (que já é "alto como uma árvore"), sem querer ele foi ficando parecido com um outro personagem camponês, digo, sertanejo. Reparem na queixada do Zé Pequeno da Turma do Xaxado, criação de Antônio Cedraz:

Conheça o livro "JUBIABÁ" original de JA, clicando aqui.

2 comentários:

  1. Olá, Spacca,
    Eu sou o Sidney, o "falante" desenhista da equipe do Cedraz.
    Quando esteve aqui em Salvador, você mostrou pra nós os esboços e estudos para a quadrinização de "Jubiabá". Fiquei doido ao ver aqueles desenhos. E eram só os estudos, imagina a beleza que será o álbum pronto.
    Os desenhos dos personagens estão muito bons, e mal posso esperar em ver o trabalho finalizado.
    Parabéns cara, você merece.

    ResponderExcluir
  2. ô rapaz, que prazer tua visita aqui.
    espero que vc goste do resultado.
    foi vc que reconheceu o vendedor de cordel ,não foi?
    essa página eu deixei por último, depois que pintar tudo - estou na página 70 de 80 - faço essa.
    grande abraço!

    ResponderExcluir