domingo, 15 de novembro de 2009

Esta é a história de Antônio Balduíno, tchê!


(da esquerda para a direita e de cima para baixo: o cartunista Santiago; uma turma de alunos de História presentes na nossa palestra; os quadrinhistas Carlos Francisco e Jader Correa ("Alexandria"), e de camisa preta, Jefferson Barbosa (popquadrinhos), autor do meu retrato; de quadrinho na mão, Marko Ajdaric (Neorama dos Quadrinhos) em foto de Luiz Ventura, as outras são minhas; na foto maior, eu, Rafa Coutinho, Eloar Guazzelli, Rafael Grampá, André Alves (produtor do "Mutação") e sua namorada mineira que não lembro o nome, perdão, aceitamos correções nas legendas)

Num dos armazéns do cais do porto de frente ao rio-mar Guaíba, aconteceu o "Quarta Mutação - HQ, Zines e outras histórias", atividade da área infanto-juvenil 55ª Feira do Livro de Porto Alegre.
(tem gente que não gosta de ver HQ associado a infanto-juvenil, diz que HQ também é para adulto... ora, é bom fazer uma arte que está sempre rejuvenescendo :)

Fomos lá contar nossa experiência com HQ e literatura e, principalmente, rever e fazer novos amigos entre a gauchada.

(como vêem, a beira do Guaíba rendeu. Na dupla condição de convidados da Feira e anfitriões da terra, Guazzelli e Grampá decifram para este viajante os segredos da Cultura do Prata, com destaque para as gurias. O desenho é criação coletiva de Grampá, Rafa Coutinho, minha e de Guazzelli, nesta ordem (a minha janela e os fios de Guazzelli é que deram o tcham no desenho, claro).

Na feira, ainda tive o prazer de reencontrar meu velho amigo Alfredo Aquino, hoje editor, dos bravos tempos na agência Enio Mainardi em SP nos oitenta; e por meio dele o novíssimo amigo Aldyr Schlee, autor dos recentes contos gardelianos "Os limites do impossível" (livro lindo, a alma das mulheres que cercaram o nascimento misterioso de Carlos Gardel) e criador aos 17 anos da Camisa Canarinho, símbolo nacional certamente mais venerado que o lábaro estrelado.

(Schlee, Aquino, Marlene, Schlee com a camisa, e Gardel, por supuesto).

No último dos 3 dias que fiquei por lá, fui conhecer a escola municipal Grande Oriente, no bairro Rubem Berta, na periferia de Porto Alegre.

"Como você pode ver, o Jubiabá é o que mais marcou os alunos", disseram as professoras.
"Desenha Balduino", "Desenha a namorada dele".
Foram três horas curtas, intensas e emocionantes. Muito obrigado pelo convite!


Para um post este aqui já está de bom tamanho, mas nem por alto consegue abarcar a variedade de pessoas e experiências marcantes que passei em contato com o Povo da Fronteira.

Haveria muito a dizer sobre a continuação da tarde do Guaíba, que se prolongou no Bar do Nani na escadaria do viaduto Otávio Rocha (tradicional point da GRAFAR, conheça o blog Tinta China), o encontro com Santiago, Edgar Vasques, Fábio Zimbres, Lancast, a otacílica Chiquinha, o incansável oficineiro Augusto Paim, a poeta filósofa blogueira mestranda andarilha Laurene Veras e outras peregrinações pela Cidade Baixa.

E assim subitamente voltamos, enriquecidos e incompletos, para um ponto qualquer do Brasil perdido entre PoA e Salvador.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

QUÉÉÉ QUÉÉÉ QUÉÉÉ QUÉÉÉ!


O troféu da revista Piauí não teve nada a ver com Jubiabá, mas vou postar aqui mesmo, porque é o meu blog mais ativo (ou menos inativo).

A publicação, que tem como símbolo um pinguim guerrilheiro (que diabos quer dizer isso? que Che Guevara é cool?), lançou um concurso para cartunistas novatos e veteranos e o prêmio nada mais era do que um pinguim de louça.
A história do prêmio e a polêmica que o envolveu - muitos cartunistas acharam que a revista estava se aproveitando da vontade de aparecer dos artistas em troca de visibilidade - estão bem contadas aqui, no Blog dos Quadrinhos do Paulo Ramos.

Apenas relato que vários desenhos enviados ironizavam o próprio concurso, e a Piauí teve a manha de premiar justamente um dos cartuns críticos, o meu.

Hoje fui receber a estatueta.
Aaaah, mas não era um reles pinguim de louça qualquer comprado em loja!!!
(se fosse já seria engraçado, pois pinguim de geladeira é um ícone do kitsch).
É um pinguim maneiro, o mascote da Piauí, especialmente feito para a revista.
E não se pode dizer que a revista esteja obtendo "colaboradores de graça" por meio do concurso.
Não sei como serão os próximos números, mas meu cartum está num cantinho da penúltima página, junto com e-mails ranzinzas; ao passo que artistas contratados como Caco Galhardo e Negreiros ocupam bons espaços e enriquecem a revista, que se mostra generosa com os artistas gráficos desde o primeiro número.
(e que história fantástica a do Caco Galhardo, "Nicotina"!! Seis paginonas coloridas de humor-verdade na veia. Não dá pra reclamar da Piauí 38 na categoria "veículo que abre espaço pra cartunista").


Na foto, recebo o troféu das mãos do João Vinicius, do marketing (em São Paulo fica o escritório comercial) e, ao lado, a funcionária Marilene.
O problema das publicações e clientes que pedem colaboração "no risco" e "na faixa" persiste, no nosso ramo, e merecem críticas como as que fizemos.
Quanto à Piauí, e sua reação ao meu desenho, me fez lembrar a saudosa Seção Pretensão da revista MAD do meu tempo, capitaneada pelo mestre Ota, revista que nutria um saudável desrespeito tanto pelo leitor como para si mesma.
Viva a ironia!
e de volta ao Jorge.

sábado, 7 de novembro de 2009

Making Of de Jubiabá na revista Ilustrar



O ilustrador e designer Ricardo Antunes, brasileiro radicado em Portugal, me convidou para participar da revista Ilustrar - revista brasileira de ilustração, arte e design.
A revista é um arraaaaaso, de um capricho ímpar.
Só não posso repetir o bordão de que "só tem fera" porque me aceitaram lá também.
Mas fiz o possível para não fazer feio.
(não é modéstia minha, verdadeira ou fingida, é respeito e temor; as edições anteriores, com Benício, Cárcamo, Carlos Nine & cia, impõem no mínimo respeito).

Ilustradores, artistas, designers e simpatizantes TÊM a obrigação de conhecer essa revista.
Não é só pelos trabalhos lindos que ela publica, e as entrevistas e depoimentos dos ilustradores - a direção de arte, o projeto gráfico são de primeira.
A revista por enquanto é gratuita, e você pode baixar o PDF desta e das edições anteriores, aqui:


A capa da edição número 13 traz o talento absurdo do jovem Tiago Hoisel, que já chega humilhando com seu hiper-realismo cheio de humor. Montalvo Machado dá uma aula de sketchbooks, cadernos de esboços para pegar "apontamentos" na rua e registrar desenhos sem compromisso. Renato Alarcão recomenda a realização de projetos pessoais como uma espécie de terapia, para os ilustradores sempre às voltas com encomendas e desenhos para clientes, e abre sua coluna para depoimentos tocantes de vários coleguinhas nossos. E tem coluna assinada pelo Brad Holland, mito da ilustração americana.



Na minha participação, um "passo a passo" em que mostro o desenvolvimento de alguns personagens de Jubiabá, uma página desde o lápis até a arte-final e minha curtíssima experiência com xilogravura para fazer o logotipo da capa e a cena de Baldo na praia que parece gravura.



Ricardo, muitíssimo obrigado pelo convite generoso e parabéns pelo trabalho persistente, impecável e nobilíssimo. Abraço grande.

domingo, 1 de novembro de 2009

Jubiabá recebe o Troféu Bigorna


"Jubiabá" ganhou o Troféu Bigorna 2009. Ou eu ganhei de "melhor cartunista" (hein?) por ter feito o Jubiabá.
(sim, também sou cartunista, mas às vezes e dificilmente o melhor...)

Não importa, o troféu é bonito e engraçado e o Márcio Baraldi, em cujo Festão vai ser entregue o prêmio, é um figuraça e velho amigo. O Festão do Baraldi é no dia 5 de dezembro, sábado, das 14h às 19h, no Bar Blackmore (Al. dos Maracatins, 1.317 – atrás do Shopping Ibirapuera – São Paulo-SP).

Além de ser o cartunista mais empreendedor e exagerado do Brasil (sabe aqueles caras do Velho Oeste que chegavam na cidade com uma carroça de remédios, fazem mágica para atrair o povo na rua? ele é mais ou menos assim...), seu cartum me evoca uns desenhos animados que eu gostava muito, a série Jorge das Selvas do americano Jay Ward (também Tom Sem Freio e Super-Galo).
Olha o link do prêmio aqui:


Obrigado pela rasgação de seda, Márcio...
a gente se vê na festa: